Pico
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A Ilha do Pico é a segunda maior ilha do arquipélago dos Açores. Mas isso não quer dizer que seja grande, tendo apenas 42 km de comprimento por 15 km de largura. Grandes, mesmo, são seus vinhos...
A ilha, que fica entre a Europa e a América, na mesma latitude de Lisboa, desenvolve-se em torno de um vulcão, chamado Montanha do Pico, a mais alta montanha de Portugal.
Desde 2004, a Ilha do Pico ganhou um atrativo adicional: a UNESCO declarou a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, como um Patrimônio Mundial da Humanidade. Quem conhece o local, não se surpreende com a decisão. São belíssimos os muros de pedra que cercam e protegem os vinhedos.
A cultura da vinha e a produção do vinho têm uma longa história na ilha, com início no século 15, com a chegada dos primeiros colonos portugueses. Durante o século 16, as ordens religiosas dos franciscanos e das carmelitas introduziram melhorias, e o ápice da produção deu-se no século 19.
E a história desses vinhos certamente ainda tem muito a ser escrita. Recentemente, o presidente da Associação Comercial e Industrial da Ilha do Pico afirmou que os vinhos dessa denominação mais do que duplicaram de valor em cinco anos, nos mercados para onde são exportados.
E como são os vinhos da denominação de origem Pico?
Primeiro, vamos aos licorosos. Com teor alcoólico de no mínimo 12°, são de aroma complexo, encorpados e bem estruturados. Devem estagiar por um período mínimo de 3 anos em cascos de madeira, antes de serem engarrafados. E as castas mais utilizadas na produção desses vinhos são as nativas Verdelho, Arinto e Terrantez. Estão autorizadas, também, Malvasia, Sercial, Generosa, Fernão Pires e Galego Dourado.
Já os vinhos tranquilos e os espumantes devem ser produzidos com pelo menos 80% do volume total proveniente das castas Arinto dos Açores, Terrantez do Pico e Verdelho. Os 20% restantes podem ser compostos por Arinto, Chardonnay, Fernão Pires, Galego Dourado, Generosa, Gouveio, Malvasia, Malvasia Fina, Moscatel Galego Branco, Moscatel Graúdo, Rio Grande, Seara Nova, Sercial e Viosinho.
As uvas, nativas portuguesas, certamente são a espinha dorsal desses vinhos. Mas os solos vulcânicos também são responsáveis pelo caráter único dos vinhos do Pico, curiosamente charmosos.
Portugal certamente é um dos países que mais têm a nos oferecer, enófilos apaixonados que somos. Portugal nos presenteia com suas variedades nativas de uva, com suas paisagens deslumbrantes, com suas denominações de origem extremamente peculiares, com a simpatia de seu povo... Na realidade, Portugal nos presenteia, e nos emociona.
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E saúde!
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