Vinhos de clima frio

Você talvez já tenha ouvido falar na expressão “vinhos de clima frio”, mas você sabe que vinhos são esses? Aventure-se conosco por mais uma descoberta no mundo dos vinhos!

Em primeiro lugar, vamos esclarecer: este termo refere-se à temperatura na qual as uvas são cultivadas, e não à temperatura ideal para a apreciação.

Enquanto uvas cultivadas em regiões quentes do mundo amadurecem rapidamente, produzindo vinhos com tendência a ter maior teor alcoólico, as uvas cultivadas nas regiões mais frias amadurecem lentamente, e produzem vinhos que tendem a apresentar maior acidez e mais sabores minerais.

Os vinhos de clima frio, em geral, são os melhores vinhos para harmonizar uma refeição, pois os sabores complexos e a maior acidez ajudam a acentuar os sabores da comida.

E como determinar se um vinho é ou não de clima frio? As regiões vinícolas de clima frio são caracterizadas, basicamente, por terem alta amplitude térmica diária, com noites geladas durante a época de crescimento das uvas, e com as quatro estações do ano bem definidas, incluindo outonos frios. Em geral são vinhedos de baixo rendimento (maior custo de produção, portanto), e mais propensos aos caprichos da natureza, correndo risco de geada.

Em termos mais técnicos e objetivos, existe um índice, chamado HDD (Heat Degree Days), usado por produtores de todo o mundo, para comparar diferentes climas. Regiões de clima frio devem ter esse índice menor que 1.600, como, por exemplo:

 Na França: Champagne com HDD 1.131, Borgonha com HDD 1.264, e Bordeaux com HDD 1.420.

 Na Austrália: Tasmânia com HDD 1.000, Adelaide Hills com HDD 1.278, e Coonawarra com HDD 1.437.

 Na Califórnia: Vale do Napa com HDD 1.499.

Para termos uma ideia, Campos do Jordão, cidade paulista do Vale do Paraíba, conhecida pelo clima frio e apelidada de “Suíça brasileira”, apresenta um HDD 1.437, enquanto a cidade do Rio de Janeiro, principal cartão postal do Brasil, apresenta um HDD 3.237 (quente, não é?).

Esse índice é calculado somando-se os seguintes resultados, para cada um dos 7 meses do ciclo anual da safra (de abril a outubro, no hemisfério norte, e de outubro a abril, no hemisfério sul):

[(temperatura média do mês, em °C) – 10] x (nº de dias do mês)

Que fique claro que esse não é o único sistema de medição utilizado no mundo; A Universidade da Califórnia, por exemplo, desenvolveu um método similar, chamado “Escala de Winkler”, para classificar o clima das regiões vitícolas. A Escala de Winkler é usada também em outras regiões produtoras dos EUA, como Oregon e Washington, enquanto o Heat Degree Days (HDD) é o sistema mais usado, por exemplo, na Austrália.

É importante salientar, também, que algumas uvas são mais propensas a uma boa adaptação a climas frios, do que outras. Bons exemplos de cepas que prosperam nas regiões frias são Chardonnay, Pinot Noir, Riesling, Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc, Cabernet Franc e Merlot.

Independente do vinho ser ou não de clima frio, é muito interessante pensar em quanto o mundo dos vinhos tem a nos ensinar, não é mesmo?




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